5 dicas para ter uma ótima gestão financeira na Construção Civil
Por: Prática Engenharia - 19 de Junho de 2018
A gestão financeira na construção civil apresenta, no entanto, desafios próprios. Primeiro, porque geralmente tratam-se de valores altos, o que torna a gestão ainda mais complexa. Neste setor é possível haver dificuldade em manter um caixa positivo, devido à demora na conquista de novas vendas. Isso acontece por motivo de atrasos de pagamentos por parte de seus clientes, ou na liberação de financiamentos, caso exista.
Vamos ver, neste artigo, como contornar os problemas de gestão financeira no setor da construção civil e como fazer o planejamento e o controle das finanças em sua empresa. Apresentaremos 5 dicas para você aplicar na gestão financeira da sua empresa da construção civil. Confira!
1. Elaborar um cronograma físico-financeiro
Este é um documento importantíssimo para a gestão financeira da obra, pois alia o cronograma ao orçamento.
Primeiramente, se faz o cronograma físico-financeiro listando as etapas da obra de forma sequencial e determinando quanto será gasto naquela etapa num determinado período. Lembrando que, este período pode ser de um mês ou uma semana, a depender das necessidades específicas de cada obra.
As etapas informadas durante a elaboração do cronograma podem variar de acordo com o nível de complexidade de cada obra. Isso também poderá influencia na periodicidade escolhida.
Vamos pegar como exemplo a realização de Instalações Hidráulicas num período de 3 meses, ao custo de R$ 21.000. Em cada mês, é importante que você defina qual o percentual do serviço que será realizado, e de quanto será o desembolso.
Vamos supor que teremos 60% das instalações hidráulicas feitas no primeiro mês, mais 30% no segundo e os outros 10% no último. Nesse caso, o custo deve ser dividido em parcelas de R$ 12.600, R$ 6.300 e R$ 2.100, referentes a cada mês. Isso deve ser levado em consideração para a análise de necessidade de capital de giro.
Esse tipo de cronograma é importante porque ajuda a empresa a prever os períodos de maiores desembolsos. E com isso, possibilita que medidas sejam tomadas, com antecedência, para que haja dinheiro em caixa.
As instituições financeiras, a propósito, exigem o cronograma físico-financeiro das construtoras para fazer a análise da concessão de empréstimos.
2. Apropriar os custos da obra
A apropriação de custos refere-se aos lançamentos das contas a pagar, para se obter o valor real dos gastos com uma determinada obra, incluindo aqueles que não se previu durante a etapa de orçamento.
Os gestores, engenheiros e orçamentistas de obras sabem o quanto é difícil manter uma obra estritamente dentro do orçamento. O surgimento de imprevistos, bem como a baixa produtividade podem fazer com que se gaste mais tempo e/ou material — e, consequentemente, dinheiro — nas obras de engenharia.
Sendo assim, a apropriação de custos serve para identificar e corrigir erros, ainda durante a execução de uma obra, evitando que ela se torne mais cara. A apropriação serve também para se usar na criação de um banco de dados da empresa, para que no futuro, os gestores possam fazer uma comparação da eficiência dos serviços.
Outra vantagem em realizar a apropriação de custos é ter a possibilidade de analisar os custos das composições, saber qual foi o custo por metro quadrado da obra, o custo por etapa, ter o levantamento de gastos com terceirizados, fornecedores, aluguel de equipamentos e etc.
3. Fazer a conciliação bancária
A conciliação bancária é a comparação entre o saldo da conta da empresa no banco com o controle financeiro. Dessa forma, utilizando seus controles de pagamentos e recebimentos, sejam em planilhas ou em softwares especializados para gestão de obras.
A importância desse procedimento está em confirmar se os registros de receitas e despesas internos da empresa, batem com as movimentações bancárias. Caso haja uma diferença entre esses registros e a conta no banco, ela deve ter sua origem detectada, para então, ser corrigida.
As discrepâncias nas contas podem se dar simplesmente pelo fato de que algumas operações demoram a ser feitas pelos bancos, como no caso do desconto de cheques. Porém, pode haver motivos mais preocupantes para o gestor, como no caso de compras de materiais feitas às pressas, que, por isso, não têm o seu custo incluído em nenhum tipo de registro da construtora.
4. Analisar o fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o controle do saldo entre os recebimentos e os pagamentos feitos por uma empresa, tendo em vista uma periodicidade determinada, como por exemplo mensal ou semanal. A importância dessa análise está no acompanhamento da falta ou do excesso de recursos financeiros no caixa da empresa.
As companhias de construção podem ter problemas sérios de fluxo de caixa, pois muitas vezes elas têm que começar a obra tendo apenas uma parte do capital necessário para a finalização da obra. No caso de obras públicas, é comum haver também atrasos nos pagamentos.
O fluxo de caixa serve para demonstrar em quais meses a empresa ficará no vermelho. Isso é de extrema importância para antever por quanto tempo ela terá que operar nessas condições o que será necessário fazer para passar por este período, e ainda assim alcançar resultados positivos ao final do empreendimento.
Nesse caso, deve-se fazer uma previsão de fluxo de caixa, tentando prever impostos, reajustes de preços de materiais e de salários, além das datas de recebimento.
Ao detectar um mês de saldo altamente positivo, é bom que os gestores também investiguem o motivo deste resultado, para que a direção da empresa não cometa o erro de contar com elevados níveis de recursos a cada novo período.
O saldo positivo extraordinário pode ser resultado da entrada de vários pagamentos num curto espaço de tempo, por exemplo. Caso isso seja consequência de aumento real nos lucros, os gestores devem pensar numa destinação melhor do que deixar recursos em excesso no caixa, destinando-os, por exemplo, para reinvestimentos ou aplicações bancárias.
5. Analisar o demonstrativo de resultados
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é um relatório que mostra, dentro de um determinado período, quais foram as receitas e despesas da empresa. Essa demonstração é obrigatória para as empresas brasileiras, de acordo com o estabelecido pela Lei nº 11.638/07.
Obtém-se o resultado líquido a partir da dedução de todas as despesas sobre o lucro bruto. Essas despesas podem ser fixas ou variáveis, tais como : administrativas, financeiras e de vendas. Também deve se abater o Impostos.
A DRE é uma ferramente importante para analisar a performance da empresa ao longo do tempo, comparando períodos atuais com períodos passados. Essa análise serve para descobrir se a construtora está tendo mais lucro ou se o seu retorno financeiro está diminuindo com o tempo.
Conclusão
Você viu, neste artigo, como se faz a gestão financeira na construção civil a partir de 5 dicas fundamentais. Se quiser se aprofundar mais neste assunto, clique no link para aprender a organizar o fluxo de caixa de uma empresa de construção civil!