Curva de valor agregado: o que é e como aplicar na construção civil
Por: Prática Engenharia - 19 de Setembro de 2019
Acompanhar os resultados de uma obra é essencial para o sucesso de um empreendimento. A princípio, somente o planejamento não é suficiente, já que a execução pode encontrar desafios diversos. Assim, para fazer uma análise melhor, é possível utilizar a curva de valor agregado.
Realizar as medições e acompanhar os resultados de uma obra é essencial para o sucesso de um empreendimento. Dessa forma, por meio da comparação dos custos orçados, com o valor gasto e o valor entregue, tem-se a curva de valor agregado.
Para não ter dúvidas, veja como a curva de valor agregado funciona e descubra a sua aplicabilidade.
Como montar esse elemento?
Primeiramente, para a curva de valor agregado, é preciso fazer a análise em relação à avaliação de três curvas. Em suma, dá para ter uma boa ideia do avanço físico-financeiro real do projeto e do que isso representa, quanto ao planejamento. Logo, veja quais são os elementos necessários!
- Valor Planejado | VP: esse elemento significa o custo orçado do trabalho agendado, ou seja, o quanto foi previsto no orçamento de custos para a realização da obra. Esta variável representa o valor autorizado para uma atividade ou componente da estrutura analítica de projeto (EAP).
- Valor Agregado | VA: esse componente se refere ao custo orçado do trabalho realizado, ou seja, é a somatória de tudo o que foi medido até um determinado momento, independentemente do quanto foi gasto. Representa o orçamento associado ao trabalho autorizado que foi concluído.
- Custo Real | CR: conhecido como custo real do trabalho realizado, a curva representa o quanto foi gasto, efetivamente, até aquela etapa da obra ou projeto. O custo real não terá limite, ou seja, será tudo que for gasto para atingir o valor agregado.
Quais são as vantagens da curva de valor agregado?
Definitivamente, recorrer a essa ferramenta da análise de valor agregado tem muitos benefícios. Como se baseia em três gráficos diferentes, a curva ajuda a compreender como andam as despesas, em relação ao que já se realizou. De acordo com cronograma físico-financeiro fica explícito e dá uma ideia concreta do quanto a obra tem consumido, otimizando a tomada de decisões.
Segundo o Guia PMBOK – 6ª edição – p. 264, a análise valor agregado envolve três parâmetros – valor planejado, valor agregado e custo real – e podem ser monitorados tanto de período a período (geralmente semana ou mês) como de maneira cumulativa. O exemplo abaixo usa a curva S para mostrar os dados do valor agregado para um projeto cujo desempenho esta acima do orçamento e atrasado em relação ao cronograma. Dessa forma, observa-se na análise gráfica um possível prejuízo e atraso no cronograma.
Dessa forma, como um dos eixos representa o período de cada resultado, ela favorece a análise em relação ao tempo. Nesse caso, dá para identificar se existe algo em atraso — ou prever se isso vai acontecer. Assim, é possível agir com eficiência.
Como usar a ferramenta corretamente?
Antecipadamente, com a metodologia certa e números confiáveis, é possível fazer a otimização do projeto durante o andamento da obra. Da mesma forma, veja quais são as principais indicações para utilizar esse recurso e saiba como obtê-lo corretamente.
Plote os dados
O primeiro passo é reunir os dados do valor planejado, custo real e valor agregado para gerar as curvas. Em seguida, separe os dados ao longo do tempo para avaliar os períodos (tipicamente semanal ou mensal).
Com os dados disponíveis, e período de monitoramento definido, faça um cálculo do total acumulado.
Faça as análises
Deve-se realizar a análise do gráfico em pares das curvas de valor planejado, custo real e valor agregado.
Ao unir a curva de valor agregado (VA) com a curva de valor planejados (VP), veja qual é a relação entre os números. Se a curva de valor agregado for maior que a curva de valor planejado, significa que a obra está adiantada. Do contrário, há um atraso.
Em seguida, compare a curva de valor agregado (VA) com a curva do custo real (CR). Se a curva do valor agregado for maior que a curva do valor real, a obra está agregando mais que gastando, o que representa atendimento ao orçamento. O resultado oposto significa que os gastos estão maiores do que deveriam.
Recorra à tecnologia
Um jeito ágil e prático de fazer essas análises é contar com a a ajuda da tecnologia. Um bom software de gestão poderá ajudar a coletar os dados ou mesmo a construir as curvas e as verificações.
Conclusão
Em conclusão, além da adoção em muitos setores, a análise de valor agregado é especialmente relevante na construção civil. Graças a ela, dá para ter uma ideia de quais são os gastos de uma obra, como anda o controle orçamentário e onde estão os principais gargalos.
Também viabiliza a verificação de atraso em alguma área, quais serão as possíveis influências no caminho crítico e qual é a previsão para a entrega de resultados.
A curva de valor agregado é uma ferramenta essencial para analisar o desempenho da obra, em relação a seus gastos.
Se quiser conhecer o assunto de forma ainda melhor, veja qual é a importância da previsibilidade financeira em obras.